ATA DA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 06.03.1997.

 


Aos seis dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada a homenagear os setenta anos da Rádio Gaúcha e os vinte e cinco anos do programa "Jornal do Almoço", nos termos do Requerimento nº 01/97 (Processo nº 04/97), de autoria do Vereador Nereu D'Ávila. Compuseram a Mesa: o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, neste ato no exercício da Presidência; o Senhor José Fortunati, Prefeito Municipal em exercício; o Jornalista Luiz Fernando Moraes, representante do Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Jornalista Armindo Antônio Ranzolin, Diretor-Presidente da Rádio Gaúcha; a Jornalista Cristina Ranzolin, Diretora do Programa "Jornal do Almoço"; e o Senhor Afonso Motta, Vice-Presidente da Rede Brasil Sul de Comunicações - RBS. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Nereu D'Ávila, como proponente e pela Bancada do PDT, referiu-se à revolução de estilo, tecnologia, qualificação profissional na divulgação dos fatos e universalidade dos ouvintes representada pela Rádio Gaúcha, relatando momentos básicos da história dessa empresa, desde seu surgimento até o momento atual. Ainda, analisou a questão da ética e dos limites da liberdade de expressão dentro do mundo jornalístico. O Vereador Luiz Braz, pela Bancada do PTB, saudou a Empresa homenageada, como Vereador e radialista, destacando a finalidade por ela assumida, de informar e orientar, através de um trabalho sempre alicerçado por um grande esquema de comunicações, o que conseguiu transformar cada profissional de seu quadro em personalidade reconhecida pela comunidade. O Vereador João Dib, pela Bancada do PPB, aludiu às semelhanças entre a Viação Aérea Riograndense - VARIG e a Rádio Gaúcha, ambas septuagenárias e extremamente significativas à sociedade, sendo responsáveis por grande difusão e propagação de conhecimentos, informações e riquezas. Almejou sucesso à Rádio Gaúcha e ao programa Jornal do Almoço, cognominando-os de "os olhos sadios da cidade de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil". O Vereador Gerson Almeida, pela Bancada do PT, disse que a Rádio Gaúcha e o Programa Jornal do Almoço são duas expressões do fascínio exercido, em escala global, pelos meios de comunicação. Mencionou, também, a importância crucial do acesso à informação para concretização de  um  sistema  verdadeiramente  democrático. O Vereador Cláudio Sebenelo, pela Bancada do PSDB, elogiou a programação jornalística e o compromisso didático-democrático de porta-voz dos interesses comunitários que possui a Rádio Gaúcha, cuja capacidade técnica projeta nossa cultura não apenas nacional mas internacionalmente. O Vereador Fernando Záchia, pela Bancada do PMDB, enalteceu o trabalho iniciado por Maurício Sirotsky Sobrinho, com a Rádio Gaúcha, o qual preserva, até hoje, seu ideário principal: o compromisso com a verdade. O Vereador Gilberto Batista, pela Bancada do PFL, manifestou sua satisfação pela oportunidade de, em substituição ao Vereador Reginaldo Pujol, prestar essa justa homenagem a uma emissora de vanguarda, a qual, de forma instantânea e precisa, transmite informações esportivas, financeiras, políticas, culturais e de lazer, satisfazendo a diferentes gostos e necessidades. O Vereador Lauro Hagemann, pela Bancada do PPS, cumprimentando a Rádio Gaúcha, atentou para a importância da comunicação eletrônica, via rádio, numa sociedade que, como a nossa, enfrenta um verdadeiro "processo de indigência cultural". Lembrou os nomes de Artur Pizoli, Hernani Roussel e Maurício Sirotsky Sobrinho, este o idealizador da Rede Brasil Sul de Comunicações e pioneiro naquele que hoje é o terceiro império jornalístico do País. Felicitou, igualmente, o Programa "Jornal do Almoço". O Vereador Carlos Garcia, pela Bancada do PSB, discorrendo sobre a história da Rádio Gaúcha, parabenizou essa empresa pelo pioneirismo e capacitação técnica dos serviços por ela prestados, os quais fizeram dela uma unanimidade nacional. Estendeu suas felicitações ao programa Jornal do Almoço, na pessoa de sua Diretora, a Senhora Cristina Ranzolin. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor José Fortunati, Prefeito Municipal em exercício, que destacou o espaço extremamente importante ocupado pela Rádio Gaúcha no nosso cotidiano, notadamente por propiciar a democratização da informação, básica para consolidar a democracia política, social e econômica. Prestou homenagem a Maurício Sirotsky Sobrinho, congratulando-se com o competente corpo funcional da Rádio Gaúcha. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Afonso Motta, Vice-Presidente da Rede Brasil Sul de Comunicações que, agradecendo a homenagem ora prestada, discorreu acerca do objetivo fixado por sua empresa, de proporcionar satisfação e qualidade, a par do desafio permanente personificado pelos valores relacionados com a responsabilidade social e comunitária. Deixou consignado o compromisso de, permanentemente, qualificar, ampliar e aperfeiçoar seus espaços editoriais, de forma a contribuir na mobilização das questões que sejam relevantes às comunidades abrangidas por sua atuação. Após, o Senhor Presidente convidou o Vereador Nereu D'Ávila para, na Semana Internacional da Mulher, como homenagem especial à Rede Brasil Sul de Comunicações, proceder à entrega de flores à Jornalista Cristina Ranzolin. Durante a presente Sessão, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Jornalistas Sérgio Cunha, Paulo Sant'Ana, Lasier Martins e Jorge Appel, do publicitário  Marco  Antonio  Bagio, do  Senhor Geraldo Corrêa - Diretor da Mídia Eletrônica da RBS e de vários diretores, gerentes <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>e funcionários da RBS. Às dezoito horas e cinqüenta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Paulo Brum e secretariados pelo Vereador Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, lº Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.


 

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Estamos iniciando os trabalhos da 1ª Sessão Solene da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 13ª Legislatura, destinada a homenagear os 70 anos da Rádio Gaúcha e assinalar os 25 anos do “Jornal do Almoço”. O Requerimento foi aprovado por este Plenário, por proposição do Ver. Nereu D'Ávila.

Para compor a Mesa, o Prefeito Municipal em exercício Sr. José Fortunati; o representante do Sr. Governador do Estado, Jornalista Luiz Fernando Moraes; o Vice-Presidente da Rede Brasil Sul - RBS, Dr. Afonso Motta; o Diretor-Presidente da Rádio Gaúcha, Jornalista Armindo Antônio Ranzolin; a Diretora do Programa Jornal do Almoço, Jornalista Cristina Ranzolin.

É com grande satisfação que, na tarde de hoje, presido esta Sessão, visto que o Presidente desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz, encontra-se representando a Câmara no "II Porto Alegre em Buenos Aires", na delegação do Prefeito Raul Pont. Os 1º e 2º Vice-Presidentes não se fazem presentes e, por isso, eu, como 1º Secretário da Câmara, presido esta Sessão. Convido a todos para ouvirmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.), saúdo, em especial, pelo longo conhecimento que possuo e gostaria de citá-los: o jornalista Paulo Sant'Ana, que muito honrou esta Casa; o jornalista Lasier Martins, grande e antigo jornalista da Rádio; os diretores e editores, cujos nomes se conhecem pelos veículos da RBS, que honram a nossa Sessão. Eu gostaria de ressaltar a presença de uma pessoa que é âncora de duas personalidades que aqui estão presentes: mãe de uma e esposa de outra, que é a Iara Borges Ranzolin, esposa do amigo que nos honra com sua presença nesta tarde.

Redigir um longo discurso para saudar esta grande família, aqui presente, pela passagem dos 70 anos da Rádio Gaúcha e estendendo nossa homenagem aos 25 anos do Programa “Jornal do Almoço” é desnecessário, pois aos amigos as palavras, muitas vezes, parecem insuficientes para expressar nossas emoções.

E, hoje, é um destes momentos!

Com orgulho, a comunidade gaúcha e, especialmente os porto-alegrenses, representados por seus Vereadores nesta Casa Legislativa, festejam mais um ano de crescimento na história das comunicações brasileiras e estrangeiras.

Ao longo dos anos testemunhamos a revolução de estilo, da tecnologia e da qualificação profissional na divulgação dos fatos que fazem a nossa história, elegendo-se um dos meios de comunicações mais modernos do mundo.

Com certeza, uma septuagenária como a Rádio Gaúcha, jamais sonharia com a conquista do espaço via satélite, acesso via Internet, implantação do sistema Digital Audio Delivery, ser a maior rede radiofônica de notícias do País, com 51 emissoras filiadas, e receber prêmios nacionais e o reconhecimento internacional.

Este menino nascido da constelação da família que constitui a RBS, o "Jornal do Almoço", sequer previu o êxito de sua criação: a recepção calorosa prestada nas diferentes regiões gaúchas por onde passou, versando assuntos polêmicos e de interesse social, conclamando a participação dos telespectadores durante a realização dos debates. Aí, cito a derrubada do Muro da Mauá e o cercamento do Parque da Redenção, de autoria deste Vereador, e, hoje, o lançamento de uma campanha de utilidade pública, em defesa da vida e contra a violência no trânsito.

Portanto, aquilo por que o nosso jornalista Paulo Sant'Ana  vem batalhando na sua coluna, que é um dos assuntos, diria o novo "word" da Administração Municipal, hoje encampado pelo "Jornal do Almoço". Isso significa que está vivo e atuando junto à comunidade. Nestes dias de democracia plena que, graças a Deus, este País vive - e nós lutamos tanto por isso - temos que reconhecer esse trabalho em prol de menos mortes e desvios de conduta na arte de dirigir.

Os sonhos, aliados ao talento, viraram realidade! Como pioneira de Porto Alegre e a segunda rádio do estado, inovar é a palavra de ordem da Rádio gaúcha.

Em sua cronologia, acredito que quatro datas constituem os pilares da estrutura da história dessa Rádio: a primeira, 8 de fevereiro de 1927, data de sua formação - hoje comemoramos aqui seus 70 anos -; a segunda, 1957, quando Maurício Sirotsky Sobrinho assume a Direção da Emissora, marcando, a partir dali, o nascimento da RBS; a terceira data, por nós destacada, é o ano de 1983, quando da definição da programação, segundo o paradigma do "talk and news" (conversa e notícias) e o surgimento do insuperável "slogan": "A fonte da informação"; e a quarta data, que consideramos como um dos quatro pilares da estrutura da história da Rádio Gaúcha, o ano de 1995, quando da transmissão via satélite. Essas datas são, no nosso entendimento, e na história desses 70 anos, as mais significativas e mais pontuais na trajetória vitoriosa desses 70 anos da Rádio Gaúcha.

Melhor definindo: o compromisso vitorioso firmado por seus idealizadores. A universalidade dos ouvintes, como disse o Jornalista Paulo Sant'Ana, na edição especial de 8 de fevereiro. Quando alguns notáveis da rádio e da televisão deram sua opinião, ele pinçou, no nosso entendimento, aquilo que constitui, talvez, a maior característica por nós destacada da Rádio Gaúcha: a universalidade dos ouvintes, atingindo, disse Paulo Sant'Ana, todas as categorias sociais, não privilegiando nenhuma classe. E, portanto, agora nós é que dizemos: levando a voz dos pampas a distantes regiões brasileiras; as imagens geradas em nossa terra atestam essa conquista.

Poderia discorrer muito mais sobre inovar, realizar, conquistar, empreender. Neste aspecto, a RBS é "PhD". Pautada em sua Ordem do Dia a preocupação, também, com a ética e os limites da liberdade de expressão, que foi, hoje, na Página Opinião, magnífico artigo de Lauro Shirmer, quando abordou esse assunto. Inclusive, de tal modo tomado a sério pela RBS, que, amanhã pela manhã, será passado o filme premiado há pouco tempo, que trata da liberdade de expressão. Amanhã será exibido esse filme e, depois, haverá um debate a respeito dos limites da liberdade de expressão, e, principalmente, sobre a deontologia. Porque não só a ética é aliada à informação, mas também aos limites da liberdade de expressão. Portanto, é de se ressaltar que a entidade a qual pertencem o "Jornal do Almoço" e a Rádio Gaúcha, a RBS, esteja preocupada com tamanha envergadura do tema. Lauro Shirmer cita Carlos Sória, diretor do Departamento de Ética da Universidade de Navarra, na Espanha, que diz uma frase emblemática: "o que ameaça a liberdade é a política sem ética; o que ameaça a liberdade é, também a informação sem ética." E esta responsabilidade responde pelo sucesso da Empresa.

Finalizando, peço a permissão do Diretor da Rádio Gaúcha, Armindo Antônio Ranzolin, para usar suas palavras, quando naquela edição especial, de 8 de fevereiro, em "Zero Hora" definiu a rádio do novo milênio. Disse Ranzolin: "Os caminhos para o futuro não mudarão a simplicidade do rádio. Ele continuará provocando a imaginação do ouvinte, sendo seu companheiro para todas as horas, convivendo com as pessoas sem isolá-las, seguirá falando ao pé do ouvido, acompanhando o ouvinte onde ele estiver, com a instantaneidade do acontecimento. Porém, mais do que a potência e a capacidade dos equipamentos que geram o som de nossas vozes, desejamos reafirmar o clamor apaixonado pela notícia."

Parabéns e saudações a essa grande família, fruto de uma única semente regada com dinamismo, criatividade e ideal de bem-informar.

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença das Vereadoras Teresa Franco e Maria do Rosário, bem como a presença de diretores, gerentes e funcionários da RBS, em especial do jornalista Sérgio Cunha, do publicitário Marco Antônio Baggio, do jornalista Paulo Sant'Ana, do jornalista Lasier Martins e do jornalista Jorge Appel.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes), tenho o prazer de vir, hoje, aqui, fazer uma saudação como Vereador desta Cidade - Vereador já há 14 anos; estou no meu quarto mandato - e também como radialista.

Em nome dos meus companheiros de Partido, que têm assento nesta Casa, quero fazer um registro que acho extremamente importante, pelo menos para mim que sou homem de rádio, ou oriundo do rádio. Nos meus 37 anos de rádio não cheguei a nenhuma cidade onde a liderança absoluta de uma emissora não estivesse com aquela rádio em que seus apresentadores não fossem os chamados "populares", ou aqueles que faziam o que se chama no meio radiofônico de "rádio diabo", "marca diabo". então, tivemos aqui várias programações populares que dominaram o IBOPE e a opinião pública durante muito tempo. Se fizéssemos qualquer pesquisa, há 20 ou 30 anos, teríamos aquelas emissoras que faziam a comunicação mais popular liderando o IBOPE.

O que de mais fantástico está acontecendo nos últimos tempos - e acredito que é pela evolução, tanto no campo da comunicação como, também, pela evolução da nossa população naquilo que se diz consciência social - é que a Rádio Gaúcha conseguiu, mercê de uma programação de opinião e de notícias - uma programação sem a conotação de fazer com que haja, simplesmente, uma premiação para o ouvinte que a está escutando ou até uma brincadeira que possa alegrar a pessoa que está ouvindo - atingir, realmente, a finalidade de informar, orientar e fazer com que a opinião da emissora seja ouvida. Digo que, há algum tempo, uma emissora como esta teria uma colocação dentro do IBOPE, não digo muito ruim, mas não seria uma colocação de primeiro ou segundo lugar. O que se percebe, nos dias atuais, é que a Rádio Gaúcha conseguiu montar um grande esquema de comunicação, e eu acredito - até porque tive a felicidade de passar alguns dos meus dias como profissional dentro da empresa -, que é exatamente por um jeito diferente de a Rádio Gaúcha e também toda a RBS, se relacionar com os seus empregados, com  seus funcionários: transforma cada profissional em uma grande personalidade. Hoje nós temos que, desde o primeiro apresentador que entra no ar até o último, aquele que fecha a madrugada, são considerados pela nossa sociedade como personalidades. A opinião dos senhores é uma opinião tão poderosa que é capaz de modificar idéias, de formar opiniões e de, até mesmo, balançar governos, tal é a força de comunicação que essa empresa conseguiu aqui em nossa região. Eu só posso dizer que fico feliz ao ver a vitória desse tipo de rádio, porque essa vitória é a vitória da nossa sociedade, é a vitória de homens que conseguiram, mercê do seu trabalho, uma grande credibilidade, e através dela, fazer uma grande empresa que, nos seus 70 anos, serve de exemplo, eu acredito, para todas as outras empresas de radiodifusão do nosso País. Parabéns a todos vocês que pertencem a essa gloriosa Rádio Gaúcha pelos seus 70 anos e pelo trabalho magistral que os Senhores conseguem realizar em nossa Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos fazer uma pequena correção: não é Jorge Appel; é jornalista Roberto Appel. As nossas desculpas pelo equívoco da nossa Assessoria.

O Ver. João Dib está com a palavra para falar pela Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Exmo Sr. Presidente, amigo desta Casa e Prefeito Municipal em exercício, Dr. José Fortunati; caro representante do Governador do Estado, jornalista Luiz Fernando Moraes; Dr. Afonso Motta, representante da RBS; Armindo Antônio Ranzolin, Diretor-Presidente da Rádio Gaúcha e a nossa querida Cristina Ranzolin, Diretora do Jornal do Almoço; Srs. Vereadores, convidados especiais, todos, sem dúvida nenhuma, nossa satisfação em tê-los aqui.

O ano de 1997 encerra uma série de datas importantes para a vida de Porto Alegre e do Rio Grande: A Varig completa 70 anos; a Rádio Gaúcha 70 anos; a Câmara Municipal, 50 anos depois da redemocratização e o Jornal do Almoço, 25 anos. São datas extremamente importantes na vida das pessoas e na vida da própria sociedade.

Varig e Rádio Gaúcha têm semelhanças. A Varig, de forma material, levou para o Brasil e para o mundo as nossas alegrias, as nossas satisfações, as nossas glórias, os nossos conhecimentos, e nos trouxe do mundo e do Brasil: alegrias, cultura, conhecimentos, informações. A Rádio Gaúcha, durante 70 anos, fez a mesma coisa que a Varig; apenas a fez usando ondas sonoras. Enriqueceu a Cidade, enriqueceu o Estado e enriqueceu o País com cultura, com informação, com lazer, com notícias; deixou-nos, permanentemente, bem informados.

A Câmara Municipal, há 50 anos, entrava em um novo período.  Naquele ano, assumia a Prefeitura de Porto Alegre o Prefeito Gabriel Pedro Moacir que iniciou o seu discurso dizendo que seria melhor não fazer um discurso, e sim começar a agir. E fez um longo discurso. Eu não vou fazer isso agora. Essa data em que a Empresa completa 70 anos é, realmente, importante. É quando a Empresa começa a ficar forte - diferente do homem -, vigorosa, consistente, capaz, experiente e de quem podemos esperar muito mais.

Cumprimento também pelos 25 anos do “Jornal do Almoço”, e o faço na pessoa do jovem Paulo Sant'Ana, que, não canso de repetir, seria o melhor Vereador de Porto Alegre, se assim o desejasse. Olho para o Lasier Martins e lembro daquele jovem advogado de cabelo esvoaçante que me procurou para resolver um problema, na época em que eu era engenheiro. Quando olhei para ele, notei que era um rapaz competente, capaz, inteligente e entusiasmado; pois, ele deu toda essa competência, inteligência e entusiasmo para o rádio e a televisão, e com isso nós ganhamos. E a Cristina, competente, experiente apesar de bem jovem, vai colaborar mais ainda para o Jornal do Almoço, tenho certeza.

Encerro com uma frase do Rui Barbosa: "A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que de mal lhe fazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceia ou destrói, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça."

Afonso Motta e Armindo Ranzolin, a Rádio Gaúcha e o Jornal do Almoço são os olhos sadios da Cidade de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do sul e do Brasil. Sucesso sempre. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum, dirigentes da RBS - TV e Rádio Gaúcha -, Prefeito em exercício, José Fortunati, demais autoridades já nominadas.

O Ver. João Motta, por uma situação de infortúnio, não pode falar, hoje, pela Bancada do PT; coube a mim, então, improvisar uma homenagem, em nome da Bancada, aos 70 anos da Rádio Gaúcha e aos 25 anos do Jornal do Almoço. Improvisar, neste caso, não é muito difícil, no caso da Rádio Gaúcha, que tem pouco menos do dobro da minha idade, é simples, pois acompanha todos os dias da vida da gente; o “Jornal do Almoço” idem.

Queria dizer, rapidamente, que a Rádio Gaúcha e o “Jornal do Almoço” são duas experiências, duas boas expressões do fascínio que os meios de comunicação exercem, em escala global, na humanidade. Isso porque acho que a Rádio e a TV concentram quase todas as grandes inovações tecnológicas que a humanidade produziu nestas últimas décadas, desde a fibra ótica, às transmissões via satélite; e tantas outras que transformaram os pequenos aparelhos que transmitiam com uma grande potência, fazendo com que as ondas de rádio e imagens da TV possam viajar por todo o globo terrestre, e apresentar, instantaneamente, as coisas locais que estão acontecendo para todo o conjunto do Planeta. Esse é o fascínio que faz com que, mesmo nos mais longínquos lugares, o rádio, o meio de comunicação mais escutado, que chega a mais pessoas, sobreviva a fantásticas e novas tecnologias de transmissão de informação.

Acho muito oportuno que se faça isso, quando se homenageia, por proposição do Ver. Nereu D'Ávila, os 70 anos de uma rádio e 25 anos do “Jornal do Almoço.” Por si só, qualquer empresa que faça 25 anos já é motivo de júbilo. A sociedade globalizada e digital, cada vez mais, tem na transmissão da informação, uma necessidade crucial da realização da democracia. É impossível hoje, com grandes concentrações urbanas, estabelecer relações democráticas sem que a informação seja capaz de ser transmitida também para todos os segmentos, e aí, os limites éticos dessa transmissão se colocam em toda a sua grandeza. Tenho certeza de que o grupo RBS, a Rádio Gaúcha, o “Jornal do Almoço” e todos os outros meios de comunicação estão tratando dessa questão com a maior seriedade. Recentemente, a Associação Mundial de Jornalistas esteve aqui fazendo esse debate na nossa cidade de Porto Alegre. Esse é, talvez, o grande desafio da modernidade: assegurar que se realize plenamente a possibilidade de que todos os segmentos transmitam, reproduzam as suas formas de ver esse mundo, de transformá-lo, e que nós possamos aprofundar o processo democrático. A Rádio Gaúcha e o “Jornal do Almoço” mantêm a sua atualidade exatamente na capacidade de incorporar essas novas tecnologias, estar à altura das necessidades de globalização e transmissão de todas as suas informações e, ao mesmo tempo, não perder o sotaque, não perder a forma de falar e o jeito de agir daqueles que são a fonte do seu crescimento, que são os gaúchos de Porto Alegre e do nosso Estado. Essa é a grande contribuição que a Rádio Gaúcha deu e a causa da sua atualidade dentro desses 70 anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos as presenças da Verª. Clênia Maranhão, do Ver. José Valdir, do Sr. Geraldo Corrêa, que é Diretor da mídia eletrônica da RBS.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu vou, em homenagem aos funcionários, citar os meus amigos que estão na Rádio Gaúcha: o Paulo Sant'Ana, o grande amigo Lasier, o Roberto Appel, a Feema Xavier, o Lauro Quadros, o Pedro Ernesto, o Sérgio Boaz, o Professor Rui e tantos amigos que nós temos lá.

Nossa cidade, com a graça que a geografia enfeitou seus montes e suas águas, caracteriza-se não só pela sua silhueta, pela sua gente alegre "por suas ruas encantadas dos nossos longos andares e dos nossos repousos", no dizer de Mário Quintana.

É conhecida também por sua cultura de raízes açorianas e por alguma coisa etérea que, às vezes, fica no ar. Isto mesmo, como os beija-flores, paira no ar; nas cercanias do outono, nunca foi tão bonito.

Sem dúvida, a nossa jovem homenageada de hoje, está intimamente ligada, física e historicamente, com esta cidade do pôr-do-sol mais lindo, do Guaíba prateado, e por que não, da nossa Rádio Gaúcha, que, com o correr dos tempos, primeira e grande obra de Maurício Sirotsky Sobrinho, está 24 horas a integrar nossa gente, a doar-se em jornalismo, diversão, cultura, numa linguagem de entendimento, com um compromisso didático-democrático de porta-voz dos interesses das comunidades e muitas vezes, nos momentos difíceis, mediadora das soluções mais urgentes, seja pela instantaneidade, como veículo, seja por sua orientação, voltada inteiramente para o interesse de seus ouvintes.

Hoje, sua potência, além de nos orgulhar, projeta nossa Cidade para fora de suas fronteiras, por todo o Rio Grande, por todo o Brasil, pelo Mercosul afora, por tantos outros países, como testemunho de uma história da qual já faz parte, como registro e como personagem.

Por isso, por seu perfil moderno, por sua finalidade, pela reconhecida qualidade e aperfeiçoamento com que seus funcionários a fazem, comemoramos não só o seu aniversário, mas muito mais: toda a sua existência comemoramos, homenageando os que já se foram, num preito de saudade, toda a sua existência, naqueles que aí estão confundindo-se com a radiofonia de nossa terra e no conjunto rádio - tecnologia - funcionários, os grandes âncoras que aqui estão fazem escola, seus ouvintes também estão de parabéns, podemos vaticinar o melhor futuro. Rádio Gaúcha, 600 no dial, expressão da nossa terra: "esta guria vai longe!". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para falar pelo PMDB.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentar, em especial, não um amigo meu, mas um amigo de meu pai, que para mim é muito importante, que é o jornalista Lasier Martins. Ele sempre teve um carinho muito grande por ti. Nós, em alguns momentos, Lasier, divergimos pelo nosso Internacional, mas é importante, porque é de coração. Sempre soube dessa relação muito amistosa, muito carinhosa que ele tinha por ti e isso, nós colorados, entendemos bem. Setenta anos da Rádio Gaúcha, 25 anos do “Jornal do Almoço”, uma iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila, de uma excepcional qualidade, porque isso demonstra o que a Rádio Gaúcha, o que o “Jornal do Almoço” representam para as nossas vidas. Quem não almoçou diversas vezes, por longos anos, com essas figuras queridas do “Jornal do Almoço”? Tantos e quantos já passaram, e agora, para prazer nosso, com a Cristina, com o Lasier, com o Paulo. Quem não escuta sempre a Rádio Gaúcha, quem não acorda com o Mendelski, com o Ranzolin, e termina no Pedro Ernesto? Enfim, sempre no 600 do dial, sempre querendo estar cada vez mais informados. Mas isso, Appel, acho que não é gratuito. Quando o Maurício Sirotsky, em 57 - é que a história da Rádio, os Vereadores já têm dito e vão repetir, não são só os radialistas que gostam do microfone, nós Vereadores temos prazer nisso e falamos muito, quero ser o mais sucinto possível - encampava a Rádio Gaúcha e o Nélson, depois, lá pelos anos 80, criava a RBS, já naquele momento a característica da Rádio Gaúcha era o compromisso com a verdade, o compromisso com o ouvinte. E ao longo desse tempo tem sido essa a grande característica da Rádio Gaúcha: compromisso com a verdade. Isto sintetiza o sucesso da Rádio Gaúcha e do “Jornal do Almoço”. Eu, já na função, Sant'Ana, de Diretor de Futebol, até pela inexperiência do momento, pela responsabilidade do cargo, muitas vezes, naqueles momentos de crise do Internacional, eu queria responsabilizar a imprensa, eu queria tirar das minhas costas o problema. Era a maneira mais fácil de transferir a responsabilidade. E nesses momentos eu comecei a admirar um pouco mais a Rádio Gaúcha, pelo tratamento profissional, pelo compromisso com a verdade. E nesses momentos difíceis que o futebol, às vezes, nos traz, a Rádio Gaúcha, através do Ranzolin, preferencialmente na época em que eu estava no Internacional, sempre mostrou comportamento profissional, compromisso com os seus ouvintes, compromisso com a verdade. O que o Maurício determinava na RBS, felizmente para a comunidade gaúcha e brasileira, continua até hoje. Que continue assim! Que o “Jornal do Almoço” se faça cada vez mais tempo no ar, com essa característica, e a Rádio Gaúcha também. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra, pela Bancada do PFL.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Fundada em 8.2.1927, a Rádio Gaúcha faz 70 anos.

Estou, hoje, nesta Casa, substituindo o nobre Ver. Reginaldo Pujol, da Bancada do PFL. Venho fazer uma justa e singela homenagem. Esta é uma Rádio vanguarda no mais antigo meio de comunicação, que é o rádio.

Ao longo desses 70 anos, sempre de forma neutra, transparente e com muita seriedade, a Rádio Gaúcha coloca a informação precisa, correta, que beneficia milhares de pessoas. Todos nós necessitamos da informação para melhor viver. A programação da Rádio Gaúcha é tão rica que trata de assuntos de todos os tipos e para todos os gostos. São informações esportivas, financeiras, políticas, culturais, de lazer. E tendo, o que é o mais importante, à frente de cada programa, profissionais de altíssima qualidade.

A notícia nos chega precisa, quase ao vivo, no ato. São notícias geradas em todo o mundo.

Há dez dias, eu quase passei essa notícia no ato. Vivi essa notícia no ato. Estava para ser nomeado o Secretário da Cultura do Estado. Tenho contatos políticos com a minha base, que é o PFL, através do Secretário Germano Bonow. Estávamos aguardando o anúncio oficial do novo Secretário. Vim para casa almoçar e o jornalista Lasier, no programa das 14h, anunciava, de fonte oficial, que o novo Secretário era o Nélson Boeira. Infelizmente, para mim, porque eu seria titular nesta Casa, hoje.

Quero lembrar da importância da transmissão por 24 horas durante a Guerra do Golfo; recentemente, uma brilhante cobertura nas eleições municipais, de 03 de outubro de 1996. Isto tudo, sem dúvida, com um avanço tecnológico impressionante que hoje possui. Vale lembrar, Senhores, que em 1931, a primeira jornada esportiva realizada com transmissão ao vivo foi o jogo do Grêmio. O Grêmio venceu por 3x1 a Seleção do Paraná. Em 1932, pela primeira vez foi transmitida, pela Rádio Gaúcha, a Segunda Festa da Uva, em Caxias do Sul. Em 1941, foi o ano da enchente e a Rádio prestou um serviço essencial na busca de pessoas perdidas e flageladas. Em 1949, o Cândido Norberto realizou a primeira transmissão esportiva internacional. Não sei por que, mas foi o jogo do Grêmio novamente. Grêmio 3 e Nacional do Uruguai 2. Em 1972, um dado muito importante, houve a primeira apuração da eleição para o governo do Estado do Rio Grande do Sul, paralela, realizada, então, por  Jaime Sirotsky. Ele contou os votos com uma máquina de somar. Com vinte e quatro horas de antecedência deu, com exatidão, o resultado da eleição, daquele momento, dos representantes para a Assembléia.

Por fim, em 1995, a transmissão via satélite. E para terminar, o meu caloroso abraço e a minha saudação a esta nobre Rádio e ao “Jornal do Almoço”. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra pelo PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Paulo Brum, meus cumprimentos aos integrantes da Mesa, senhoras e senhores, companheiros da Rádio Gaúcha que estão aqui presentes hoje. Eu me sinto muito à vontade nesta Sessão convocada pelo Ver. Nereu D'Ávila para prestar esta homenagem aos 70 anos da Rádio Gaúcha.

Nós vivemos numa sociedade que, indesmentivelmente, mergulha numa indigência cultural muito grande. E, nesse sentido, a comunicação oral e principalmente a comunicação eletrônica, via rádio, tem uma importância fundamental na difusão de conhecimentos entre essa sociedade.

Eu tenho dito e repito, aqui, com toda a tranqüilidade que aos governos brasileiros, ao longo dos tempos, sempre faltou uma política de comunicação radiofônica. Não existe, simplesmente! Nós estamos vendo o crescimento, a cada dia que passa, do número de emissoras de rádio. Isso implica numa responsabilidade, cada vez maior, dos próprios veículos na contenção de ímpetos, na preservação de espaços, e, sobretudo e principalmente, na condução correta dos rumos da sociedade.

Pois eu ouso dizer, com o meu longo tempo de atividades nesse "metier", que a Rádio Gaúcha conquistou a credibilidade social suficiente para se impor nesse universo tão disputado.

E, a provecta senhora, que está comemorando 70 anos, tem um papel muito especial nesse contexto.

É verdade que a Rádio Gaúcha não é hoje só os seus 70 anos, é a longa história dos seus 70 anos.  

Eu gostaria de citar três nomes para resgatar essa longa história: Artur Pizoli, Hernani Rushel e Maurício Sirotsky Sobrinho. Maurício estaria, hoje, nesta nossa solenidade, rindo intensamente de satisfação, porque foi sobretudo um homem de rádio e foi através da Rádio Gaúcha que ele começou o terceiro império jornalístico deste País, hoje, que é a RBS. Essa provecta senhora tem esse compromisso de continuar zelando pelas coisas mais sérias que nós temos para apresentar: tradições, costumes, língua portuguesa e linguajar característico dos homens do Sul, que é um dos aspectos característicos desta emissora. Por isso, Srs. Diretores, companheiros da Rádio Gaúcha, espero viver o suficiente para, no próximo milênio, ver a Rádio Gaúcha, com as inovações tecnológicas que estão aparecendo, se transformar num instrumento de elevação social que todos nós almejamos, e ela tem esse dever. Quero cumprimentar também o “Jornal do Almoço”, porque foi incluído nesta programação, embora a Rádio Gaúcha nos mereça hoje a atenção maior, porque é a ela que estamos homenageando. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Exmo. Sr. Secretário da Câmara Municipal em exercício neste ato pela Presidência, Ver. Paulo Brum; Exmo. Prefeito Municipal em exercício, Sr. José Fortunati; Sr. Vice-Presidente da Rede Brasil Sul, Dr. Afonso Motta; Sr. representante do Governador do Estado, jornalista Luiz Fernando Moraes; Sr. Diretor da Rádio Gaúcha, jornalista Armindo Antônio Ranzolin; Srª Diretora do Programa Jornal do Almoço, jornalista Cristina Ranzolin; Srs. jornalistas, funcionários da Rádio Gaúcha, colegas Vereadores. Para nós, do Partido Socialista Brasileiro, é uma satisfação ocupar esta Tribuna pela primeira vez nesta Legislatura. Sempre tenho dito: somos aprendizes, mas, ao mesmo tempo, estamos atentos e somos bons ouvintes. E como somos bons ouvintes, gostaríamos de parabenizar a Rádio Gaúcha e ao “Jornal do Almoço”.

Vamos relembrar um pouco da história. É importante, neste momento de homenagem à Rádio Gaúcha, salientar como viviam os porto-alegrenses, na época de 1927, quando a Rádio Gaúcha era a primeira em Porto Alegre. As opções de divertimento, naquela época, eram passear na Praça da Alfândega, na Praça XV de Novembro, freqüentar os cinemas Guarani, Central, Apolo e Palácio, todos no Centro da Cidade. Hoje, nós sabemos, não existem mais. E ainda há saudade dos cafés. Mas a Rádio Gaúcha, que no início era chamada de Rádio Sociedade Gaúcha, é hoje um orgulho para nós. Seus programas ultrapassam a barreira estadual e sua freqüência é captada em todo Brasil e no exterior. Ela dedica 24 horas de sua programação às notícias, ao debate, à entrevista e ao esporte. Ela foi, e é, pioneira no Brasil a fazer da informação a matéria-prima básica de sua programação. E é justamente esta informação que criou o slogan "A fonte da Informação". A fonte da informação passou a ser o objetivo de imagem para a Rádio Gaúcha que, para chegar ao formato que tem hoje, incorporou uma série de avanços tecnológicos. Mesmo com sua liderança consolidada, a Rádio não assume uma postura passiva. E isso é importante. O estímulo gerado por ser a primeira no segmento faz com que ela busque, ainda mais, o aperfeiçoamento de seu produto, e ela é modelo inspiradora para outras. A Rádio serviu também para descobrir alguns talentos, e muitos e muitos profissionais. Vamos fazer alusão a alguns, como o Governador Antônio Britto, Ibsen Pinheiro, Mendes Ribeiro, Yeda Crusius, Carlos Nobre, Elis Regina, Paulo Bisol e tantos outros. A Rádio Gaúcha, hoje, é unanimidade nacional, reconhecida por todos e, portanto, merece tais louvores por tratar-se de uma rádio pioneira, que começou pequena, que enfrentou, nos primeiros anos, dificuldades tecnológicas e de infra-estrutura, mas que mesmo assim continuou lutando para chegar onde chegou. Hoje, podemos ver esta grande potência. Gostaria de parabenizar os jornalistas Lasier Martins, Roberto Appel e, em especial, Paulo Sant'Ana, que hoje faz parte de minha família, porque às 6h30min sua coluna é disputada entre cinco pessoas lá em casa. Cristina, fico contente por estares dirigindo o “Jornal do Almoço”, que está completando vinte e cinco anos. Lembro-me que, quando tinhas quinze anos, foste minha aluna no colégio das Dores. Ranzolin, parabéns por estares dirigindo esta Rádio que completa setenta anos. E, como disse outro Vereador, companheiro do PSDB: "Esta guria vai muito longe". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Sr. José Fortunati, Prefeito Municipal em exercício.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É extremamente oportuna a iniciativa do Ver. Nereu D'Ávila no momento em que, através da Internet, colocam-se novas tecnologias à disposição da humanidade, fala-se em clones de laboratórios e, às vezes, esquecemos de meios de comunicação que estão extremamente enraizados entre nós. Eu não tenho dúvidas de que a Rádio Gaúcha, nos seus 70 anos, tem prestado um serviço da melhor qualidade e da maior importância, não somente para o nosso Estado, mas certamente para o País. Claro que em relação ao nosso Estado é necessário destacar que temos uma particularidade. Indiscutivelmente, o Rio Grande do Sul é um Estado que ouve rádio, é um Estado que vive rádio, é um Estado que, ao longo do tempo, foi fazendo com que suas emissoras tivessem cada vez mais um cotidiano junto aos seus cidadãos.

Não tenho dúvidas. Já disseram o Ver. Lauro Hagemann e os demais Vereadores que a Rádio Gaúcha ocupou um espaço extremamente importante no nosso cotidiano, especialmente porque ela ajudou a democratizar a informação entre nós.

Quero, falando em Rádio Gaúcha, prestar uma homenagem a Maurício Sirotsky Sobrinho, que tive ainda a oportunidade de conhecer, e sei da sua paixão pela Rádio Gaúcha, sei, exatamente, que ele, ao longo do tempo, sempre dedicou especial atenção a essa emissora.

Também quero cumprimentar, em meu nome e em nome do Prefeito Raul Pont, todos os funcionários, competentes profissionais que ao longo desses 70 anos forjaram este instrumento de comunicação. Em especial, Armindo Antônio Ranzolin, que como eu, gosta de Flores da Cunha; também quero cumprimentar Marco Antônio Baggio, profissional da maior competência; Lasier Martins; Cândido Norberto; Lauro Quadros e tantos outros que, efetivamente, forjam a Rádio Gaúcha.

Gostaria, minha cara Cristina, de pedir permissão para, em nome do “Jornal do Almoço”, fazer uma homenagem ao Jornalista Paulo Sant'Ana, de modéstia conhecida, que, certamente, nos próximos dias, vai, quem sabe, entrar no Livro do Guiness, porque, certamente, hoje ainda se não nos próximos dias, ele será, com certeza, o jornalista que mais tempo apareceu num jornal, num programa diário de televisão. Isto fará com que sua modéstia seja mais reconhecida entre nós.

Gostaria de dizer, por último, que, sem dúvida alguma, nós gaúchos, nós brasileiros, continuamos olhando para a RBS, para a Rádio Gaúcha em especial, com a força de todos aqueles que desejam fazer com que a informação efetivamente seja cada vez mais democratizada, porque somente através dessa informação é que teremos a consolidação tanto da democracia política quanto da democracia social e também da democracia econômica. Parabéns a todos, parabéns à Rádio Gaúcha, parabéns ao “Jornal do Almoço”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)    

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Dr. Afonso Motta, Vice-Presidente da RBS.

 

O SR. AFONSO MOTTA: (Saúda os componentes da Mesa.) Na verdade estamos aqui, os companheiros já referidos, os nossos talentos, os nossos jornalistas, os nossos comunicadores, os nossos executivos, os nossos colaboradores da empresa, representando quase seis mil e quinhentos companheiros que são a coletividade da RBS hoje. Numa celebração da Rádio Gaúcha, numa celebração dos 25 anos do “Jornal do Almoço”, nós nos associamos com essa irmandade, com essa alma que é a alma da RBS. Estamos aqui representando o Presidente da nossa empresa, que se encontra fora do Estado, o nosso Diretor-Presidente Nélson Sirotsky, que com certeza gostaria de estar aqui e falando em nome da nossa empresa.

Referíamos e comentávamos, dentro da informalidade inicial, que, por justiça, seria melhor que o Ranzolin, o líder da Rádio Gaúcha e que o Roberto Appel, o líder do jornalismo e da televisão, fizessem essa manifestação. Vou tentar sintetizar o que sei seria o pensamento dos meus companheiros. Mas, como estamos na Casa do Povo de Porto Alegre, na Casa onde se trava o debate político de Porto Alegre, no momento breve pelo adiantado da hora - e que se impõe que seja breve - nos permitimos registrar que estamos aqui, os seis mil e quinhentos companheiros da RBS, e a RBS como um todo, agradecendo esta homenagem, fazendo uma referência, já que se sabe que o debate nesta Casa traz constantemente o debate sobre as relações sociais, sobre as relações do trabalho, sobre as questões que afligem o dia-a-dia de todos os porto-alegrenses; nós estamos registrando, com muito orgulho, que a nossa empresa acabou de distribuir dez milhões de dólares, em fevereiro, a todos os nossos colaboradores como participação nos resultados da nossa empresa. É uma manifestação que achamos importante fazer nesta Casa, com toda a transparência. Estamos registrando que os colaboradores da RBS, hoje, têm um fundo previdenciário que garante o futuro deles; estamos registrando, também, que a força da RBS vem do fato de que todos nós, desde o mais modesto, que não é modesto na contribuição, mas aquele que aparece na Portaria, que é responsável pelo leva-e-traz da empresa, tem os objetivos fixados, e não são objetivos de natureza econômica, são objetivos que levam ao cumprimento dos nossos objetivos maiores, relacionados com a satisfação dos nossos clientes, a satisfação do nosso público e com a qualidade do nosso público. O que a Rádio Gaúcha faz, o que o “Jornal do Almoço” faz, é a síntese da missão da nossa empresa, que é facilitar a comunicação das pessoas no seu mundo.

Queremos, na Casa do Povo, até em reforço às colocações que recebemos da tribuna, reiterar os nossos valores, pelo menos um ou dois valores, que representam para nós, Ranzolin, o maior desafio do dia-a-dia, pois sabemos que sempre estamos a uma distância muito grande, e até queremos estar distantes do alcance desses valores, para que tenhamos, efetivamente, esse desafio permanente, que são os valores relacionados com a nossa responsabilidade social e comunitária. Nós temos plena consciência de que somos permissionários de concessionários públicos: rádio e televisão são permissionários públicos, por força da Constituição e por força de toda investidura. Nós temos uma responsabilidade, pois somos veículos de comunicação e temos uma responsabilidade extraordinária com a sociedade, uma responsabilidade extraordinária com nossa Porto Alegre, que é a Cidade de maior representatividade no nosso Estado. Também temos uma responsabilidade muito grande com relação à ética, a ética que permita - e temos feito, efetivamente, um esforço nesse sentido - que esteja, permanentemente, nos nossos espaços editoriais, toda a pluralidade que faz a dinâmica de uma sociedade como a nossa. O nosso compromisso é o de, permanentemente, qualificarmos, ampliarmos e aperfeiçoarmos os nossos espaços editoriais. Que agradecimento maior poderia trazer aos Srs. Vereadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre? Dizer que, a par de tudo isso, nós também temos consciência da nossa força, da nossa expressão, da convergência do que significa operar, hoje, jornal, rádio, televisão, televisão paga, Internet, telefonia, do que significa isso no contexto político e no contexto social. E nós reiteramos o que temos dito aos Poderes, o que temos dito ao público com o qual nós temos um relacionamento permanente, que esses veículos estão à disposição para contribuir na mobilização de todas aquelas questões que sejam relevantes para as comunidades onde atuamos. Srs. Vereadores, que a Câmara Municipal de Porto Alegre disponha da capacidade de mobilização dos veículos da RBS, da nossa Rádio Gaúcha, da nossa televisão, para que nós façamos chegar à comunidade aquelas questões que os senhores entendam que sejam as mais importantes e as mais relevantes para o nosso porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós convidamos o Ver. Nereu D'Ávila para fazer, na Semana Internacional da Mulher, uma homenagem especial à RBS, entregando flores à jornalista Cristina Ranzolin.

 

(É feita a entrega de flores.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vice-Presidente da RBS, Afonso Motta, leve, com certeza, o carinho desta Casa, leve o carinho desta Mesa Diretora. Neste momento, encerramos esta Sessão Solene, desejando parabéns à Rádio Gaúcha, ao “Jornal do Almoço” e vida longa a todos. (Palmas.)

 

(Encerra-se a Sessão às 18h52min.)

 

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